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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Astrônomos captam imagem rara de antes e depois de explosão de estrela

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Jonathan Webb
Repórter de ciência da BBC News

Image copyrightJ SKOWRON / WARSAW UNIVERSITY OBSERVATORYImage captionObservada em maio de 2009, a explosão aconteceu a uma distância de 20 mil anos-luz

Imagens raras capturadas por astrônomos revelam em detalhes os momentos antes, durante e depois da explosão nuclear de uma minúscula estrela.

Esse tipo de explosão nuclear é conhecida como "nova clássica" e acontece quando uma anã branca (estrela menor e menos brilhante que as comuns) suga o gás de um objeto celeste próximo - esse processo leva de 10 mil a 1 milhão de anos.

Agora, uma equipe polonesa capturou uma dessas explosões a partir de um telescópio no Chile. As observações foram registradas na revista científica Nature e fazem parte de uma pesquisa de longo prazo que inicialmente visava detectar matéria escura no Universo.
O misterioso objeto perto de Netuno que a ciência ainda não consegue explicar
Telescópio capta pela 1ª vez estrela que dispara raios

O fluxo de imagens consistentes registrado nesse projeto, batizado de Experimento de Lentes Óticas Gravitacionais, permitiu que os pesquisadores vissem como o sistema de estrelas parecia antes da explosão, ocorrida em 2009.

Mesmo a uma distância de 20 mil anos-luz, com um ponto de luz fraco e pouco visível entre as estrelas mais brilhantes, as imagens ampliadas proporcionaram uma rara oportunidade para estudar o antes e depois de uma clássica explosão "nova".

Image copyrightK ULACZYK / WARSAW UNIVERSITY OBSERVATORYImage captionImagem mostra o objeto celeste conhecido como "anã branca" absorvendo gás de uma estrela próxima e explodindo

"Graças às nossas observações de longo prazo, observou-se a 'nova' alguns anos antes e alguns anos depois da explosão", disse Przemek Mróz, o primeiro autor do estudo e estudante de doutorado no Observatório Astronômico da Universidade de Varsóvia.

"Isso é muito incomum, porque geralmente essas explosões só costumam atrair a atenção quando são muito brilhantes e estão em erupção", completou Mróz.
Hibernação hipotética

Considerados eventos violentos, essas explosões ainda são pouco compreendidas. Elas acontecem quando uma anã branca, algo como um remanescente morto de uma estrela média como o nosso Sol, está bloqueada numa órbita estreita com uma estrela ativa regular.

A órbita é tão estreita a ponto de serem necessárias apenas cinco horas para uma anã branca roubar o gás de sua companheira.

Essa matéria extra acumula-se na superfície da anã branca até que se inicie uma reação nuclear explosiva. Normalmente, essa explosão arranca apenas o material extra, deixando para trás a anã branca.

Image copyrightJ SKOWRON / WARSAW UNIVERSITY OBSERVATORYImage captionA equipe de astrônomos capturaram momentos antes, durante e depois da explosão

Mróz e seus colegas argumentam que seus resultados evidenciam um modelo de "hibernação" para uma explosão clássica "nova". Isso significa que, durante os intervalos entre as explosões, o sistema fica completamente escuro e a anã branca para completamente de "roubar" gás.

Esse modelo prevê uma transferência lenta e pulverizada da matéria entre as estrelas antes da explosão, e uma transferência relativamente rápida e brilhante depois - que é precisamente o que os pesquisadores poloneses acreditam ter capturado em imagens.
Questionamento dos colegas

Outros astrônomos estão menos convencidos das evidências que os pesquisadores alegam ter registrado, apesar de ressaltarem a importância dos dados.

"A coisa ainda está quente, não é algo consolidado. Ainda não sabemos o que o brilho de longo prazo vai ser após a explosão. Ainda estamos vendo o fim da explosão", comentou Christian Knigge, da Universidade de Southampton.

Image copyrightSCIENCE PHOTO LIBRARYImage captionO telescópio de 1,3 metros usados pelos astrônomos poloneses faz parte do observatório Las Campanas no Chile

"É muito relativo", disse o professor Knigge disse à BBC News. Mas ele pondera que as imagens são observações fantásticas.

"Como observações, servem para testar as nossas teorias de como estas explosões funcionam - isso é realmente fantástico".

Knigge diz ainda que é possível medir o brilho as condições antes da explosão e usar esses dados para elaborar um modelo de erupção. "Temos uma boa medida de quanto tempo demora a diminuir o brilho e vamos continuar acompanhando."

O professor, contudo, não acredita que esses dados vão transformar a teoria da explosão clássica nova. "Na minha opinião, é muito cedo para afirmar que este é um caso claro de um sistema de hibernação que agora entrou em erupção."

BBC Brasil

Este polvo é a criatura mais fofa que você verá hoje

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O representante particularmente rechonchudo da espécie Rossia pacifica foi filmado por submarino de pesquisa

POR BRUNO VAIANO*


(FOTO: DIVULGAÇÃO/YOUTUBE/NAUTILUS)

Procurar pokémons no meio do oceano pode ser sinônimo de voltar com pokébolas vazias. Mas um grupo de geólogos que filmava o fundo do mar na costa da Califórnia, nos Estados Unidos, deu sorte e encontrou algo melhor que um Pikachu.

Esse pequeno polvo púrpura, que poderia ser o bicho de estimação do cantor Prince, foi achado, assustado e com os tentáculos retraídos, pela equipe a bordo do submarino de pesquisa EV Nautilus. Júlio Verne ficaria feliz.

A espécie, chamada Rossia pacifica, tem menos de 10 cm e pode ser encontrada em quase todo oOceano Pacífico, da Califórnia ao Japão, em profundidades que variam entre 300 e 1300 metros. No entanto, ninguém usa o nome científico: entre os biólogos, o polvinho é conhecido como stubby squid, que na tradução careta significa “lula atacarrada”, mas na versão amigável é algo como “lula rechonchuda”.

Durante o dia, ele tem o costume de se enterrar na areia, e faz isso da mesma maneira simpática que faz várias outras coisas (como, por exemplo, existir): entra em um buraco e joga areiaem cima de si mesmo com os tentáculos. Quando está fora da toca durante a noite e são flagrados por algum assustador artefato humano – como, por exemplo, um submarino –, ficam paralisados, e o susto rende a cara de bicho de pelúcia que você vê no vídeo.

"Naquele turno, por coincidência, a maior parte da equipe era composta por geólogos, então muitos dos comentários foram do tipo 'Que bicho é esse, é muito fofo!’. Eles não falam essas coisas quando encontram pedras", afirmou Samantha Wishnak, uma das pesquisadoras a bordo, ao site Live Science.

Para quem gosta de flagras fofos no fundo oceano, vale acompanhar o live streaming da embarcação. Achados simpáticos não são incomuns no fundo do mar.



(Via Washington Post)

*Com supervisão de Isabela Moreira



Galileu

A liberdade poética da infidelidade feminina - Por Christiane Brito

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Não se trata de fazer uma apologia, mas a traição feminina inspirou alguns dos mais brilhantes escritores de todos os tempos. Longe de ser censurável, ela traz lições de liberdade, sensibilidade e coragem para mudar o mundo.

Por Christiane Brito


Divulgação // Keira Knightley como Anna Karenina

Para o psicólogo italiano Aldo Carotenuto, a traição faz parte do feminino. Assim como as mentiras. E isso pode ser explicado: reprimida através dos tempos, a mulher teve de usar de subterfúgios para conquistar o direito de amar. Nessa luta injusta, ela engrandeceu a alma com nuanças, profundidades, vertigens que impulsionaram a literatura mundial.

Madame Bovary (Gustave Flaubert) e Anna Karenina (Liev Tolstói) são apenas dois exemplos das centenas de maravilhosos personagens que saíram das páginas dos livros para nos inspirarem, além de habitarem terna e eternamente nossa imaginação.

Elas são instigantes, voluptuosas, adoráveis como quase toda mulher quando se depara com a paixão.

Greta Garbo como Anna Karenina



Pois quase sempre é isso a traição, antes de ser submetida aos julgamentos morais e éticos daquela estraga-prazeres que é a consciência. Apenas um estado de graça, às vezes buscado, em outras, encontrado no susto, por descuido ou acaso. Seja como for, não adianta resistir.

“Quanto mais longa tiver sido a resistência, tanto mais poderosa será a voz do amor”, sacramentou o escritor francês Honoré de Balzac no romance “A Mulher de trinta anos”, no qual a heroína, não por mera coincidência, é adúltera.

A traição nem sempre é sintoma de que o casamento vai mal. Aliás, discorrer sobre os motivos que levam ao adultério daria um livro. Talvez mais fácil do que buscar a gênese dessa atração por outro, seja encarar a situação com a simplicidade que propõe a terapeuta Lidia Rosenberg Aratangy no livro O amor tem mil caras (Editora Olho d´água): “Se uma experiência assim acontecer com você, isso não significa que você está louca, nem que é uma perdida, nem que o seu casamento está falido. Significa, apenas, que você está viva.”

Em outras palavras, o mais saudável é se entregar a essa excitação, legítima porção de felicidade. Não é bom pensar muito a respeito, nem é sábio.

Jeanne Moreau no filme Jules e Jim


Voltando a Balzac, o escritor achava que “raciocinar onde é preciso sentir é próprio das almas medíocres”. Pode ser, mas nem sempre dá para escapar desse vício de querer compreender tudo o que se faz, hábito que quase sempre nos leva ao beco sem saída da culpa.

Nesse caso, um jeito de redimir a consciência é vislumbrar o potencial transformador da experiência, como propõe o psicoterapeuta e escritor Moacir Costa. Para ele, a traição, vivida na sua plenitude, pode amadurecer o relacionamento.

Isabelle Huppert como Emma Bovary


O psicólogo Aldo Carotenuto partilha da mesma opinião. Sem ignorar o sofrimento que a experiência pode envolver, Carotenuto afirma no livro Amar e trair (Editora Paulus): “A vida seria muito menos rica sem esse doloroso acesso ao mundo do significado que é o adultério”.

Se trair é uma experiência valorizada, por outro lado, confessar o ato ao traído é fatal. Se psicólogos e conselheiros matrimoniais pudessem se reunir num coro, eles provavelmente responderiam a essa pergunta com um sonoro “não”.

Para o psicólogo Aldo Carotenuto, mais do que enfrentar uma separação, o reconhecimento de um caso extraconjugal pode levar a um “dos caminhos mais trágicos, solitários e dolorosos da vida. Traído e traidor estão um diante do outro na tentativa patética de tornar compreensível e exprimível um acontecimento para o qual não existem palavras.”

Mas será que o amor, tão endeusado pelos humanos, comporta essa terrível omissão?

Carl Gustav Jung, psicanalista e filósofo, acreditava que o mistério e o segredo fazem parte da experiência humana. Aliás, essa é a essência da solidão de acordo com Jung, não poder comunicar coisas importantes às pessoas em nossa volta. Há fatos e reflexões que só podem ser compreendidas intima e secretamente.

Quem prevarica mais?

Pense um pouco comigo e vai concluir que o seu restrito círculo doméstico tem um número elevado demais de adúlteras. Será que a mulher está traindo mais que antes?

Sônia Braga no filme Dona Flor e seus dois maridos



O que parece é que só agora, de uns 20 anos para cá, ela está se emancipando no território dos relacionamentos estáveis. Depois do direito ao voto, de deixar o “lar, doce lar” e conquistar chefias no campo profissional, a mulher está assumindo seu desejo de variedade sexual.

Por que o espanto? Verdade que há séculos escuta-se essa cantilena, de que o homem tem necessidade de espalhar seus genes e ter muitas parceiras, mas a mulher é monogâmica, tem pouco impulso para o sexo. Parodiando um velho ditado, “conversa mole em cabeça dura, tanto bate até que vira senso comum”.

Se as mulheres tivessem de fato menos apetite sexual e fossem por natureza tão devotadas a um homem só, por que nas sociedades primitivas elas seriam tão severamente punidas quando praticavam sexo extraconjugal? Na Antiguidade, uma mulher infiel não tinha o direito de permanecer viva. Na Índia, o marido possuía permissão para matar a adúltera e, na China e no Japão, esperava-se que a esposa infiel cometesse suicídio. Enquanto as pobrezinhas enfrentavam toda essa repressão, os homens formavam sultanatos com aval de toda a sociedade. Pode-se, diante disso, afirmar que as mulheres são naturalmente tímidas e recatadas sexualmente?

Helena de Tróia, filme de 1956


Nas sociedades maometanas, as mulheres usam véus porque são consideradas extremamente sedutoras, enquanto nas culturas africanas é costume extirpar o clitóris para refrear a libido feminina.

No Ocidente, escritores talmúdicos do início da Era Cristã determinavam que era dever do marido copular com as esposas diariamente, exatamente por entenderem que as mulheres tinham um impulso sexual mais elevado do que o dos homens. Daí a angústia, tipicamente feminina, como a entende o filósofo Kierkegaard. No livro Conceito de Angústia, ele explica que a mulher é um ser espiritual como o homem, mas muito mais sensual, por isso se angustia.

Diante desses dados, fica difícil acreditar que a mulher traísse menos porque tinha menos desejo sexual. Ela traía menos porque era muito reprimida e hoje trai mais porque está se dando o direito de reconhecer a insatisfação com o casamento. Ou seja, depois de séculos “casando” com o casamento, que mantinha em pé a custo de dolorosas renúncias pessoais, a mulher agora está se comprometendo com a própria felicidade.

O escritor Moacir Costa lembra que, até bem pouco tempo, havia enormes tabus que a mulher não podia ultrapassar na cama. Sexo oral, por exemplo, era coisa de puta. Graças a toda revolução de costumes dos últimos trinta anos, essas fronteiras foram vencidas e, agora, o prazer total justifica qualquer loucura entre quatro paredes. Ótimo, mas ainda não é o final feliz.

Moacir Costa acredita que a infidelidade tenda a diminuir a partir do momento em que as pessoas se derem o direito de terminar o relacionamento quando bem desejarem, sem traumas. Para ele, a traição indica uma crise de amadurecimento, e pode-se pensar nessa crise em nível pessoal e social.

Francesca de Rimini, personagem da Divina Comédia, de Dante


Ou seja, o casamento, como instituição, assume novas configurações à medida que a sociedade muda. No futuro, pode ser que os relacionamentos fiquem mais curtos e verdadeiros. Com isso a infidelidade acabará?

Provavelmente não. A antropóloga americana Helen Fisher, que estudou o amor natural em sociedades de todo o mundo e de todos os tempos, afirma que o adultério é um impulso quase incontrolável entre os primatas. Para ela, nossa tendência para ligações extraconjugais parece ser o triunfo da natureza sobre a cultura. Em resumo, a infidelidade vai pairar sobre nossas cabeças enquanto a civilização humana existir no planeta.


Portal Vermelho

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Conheça as gatas gêmeas mais bonitas do mundo

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Iriss e Abyss são as gatas gêmeas mais bonitas do mundo. Com 9 meses de idade, as irmãs vivem em São Petersburgo, na Rússia, onde encontraram seu papai humano aos 3 meses de idade.

As gatas inseparáveis ambas têm olhos heterocromáticos. Isso significa que cada um possui uma cor diferente.

Esse é um fenômeno não muito comum. Diz a lenda que os olhos coloridos diferentes permitem que as pessoas ou animais vejam em dois mundos – dos vivos e dos mortos.


Claro, não existem evidências científicas disso, mas ainda assim podemos dizer que esses olhos são impressionantes, não? [BoredPanda]

















HypeScience

Eis o primeiro supercarro de titânio, mas com preço de ouro: R$ 9 mi

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Há alguns anos que a galera está falando do Icona Vulcano, o primeiro supercarro da montadora italiana Icona. Ele foi apresentado como conceito em 2010 e desde então vem circulando os eventos automobilísticos pelo mundo.

O que ele tem de tão legal assim? É o primeiro carro construído com carroceria de titânio e fibra de carbono.

Mas não pense que é apenas isso: os caras também motorizaram o veículo para ser capaz de rivalizar com grandes supercarros no mundo.

Por baixo do capô há um potente V8 de 6.2 litros que despeja 670 cavalos de potência e faz dos 0 a 100 km/h em 2,8 meros segundos. Sua velocidade máxima é de 335 km/h.

É, dá para bagunçar os cabelos.

E não pense que o design ficou para trás nesse bólido. Suas formas foram inspiradas no avião mais rápido do mundo, o Blackbird SR-71. Dê uma olhada nesse carro e me diz se ele não ficou com uma cara invocada?

Com todos esses detalhes, claro que não poderiamos esperar que a máquna fosse ser baratinha. Realmente não é. Aliás, bem o oposto disso — os caras chutaram os valores para o alto. Cada veículo custará US$ 2.8 milhões, o que dá pouco mais de R$ 9 milhões atualmente. Ah, sem falar nas taxas, certo?

Bom, de qualquer jeito é sempre legal admirar. Então aí vai:








El Hombre

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A ciência dos sonhos lúcidos

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É POSSÍVEL SONHAR COM CONSCIÊNCIA DE QUE SE ESTÁ EM UM SONHO? E, MELHOR, CONTROLAR OS ACONTECIMENTOS NELE? (FOTO: FLICKR/CREATIVE COMMONS)

Você está correndo em direção a um penhasco. O vento bate no seu rosto e você pode sentir o frescor do ar contra sua pele. Quando você chega na ponta, não consegue parar - parecia que dava, mas aí não deu, e você despenca. Mas voa - você voa! Ao seu lado, o Papa. E não há nada de estranho nisso, é muito natural voar ao lado do Papa Francisco. De repente, puff, você se dá conta que aquilo é um sonho. E, como num tranco, o sonho termina.

Imagine se fosse possível não despertar de um sonho lúcido, no qual você sabe que está sonhando? As possibilidades seriam infinitas: daria pra visitar lugares que você nunca foi, conversar com gente inacessível de outra forma, voar, se transformar em um bicho… aliás, pode começar a fazer sua lista do que você faria se pudesse despertar sua consciência dentro de um sonho, porque isso é perfeitamente possível.

Sonhos lúcidos não são incomuns e eu aposto que você já teve um pelo menos uma vez. A controvérsia está na nossa capacidade - ou não - de permanecer consciente durante nossos sonhos. Pouco se sabe sobre o que acontece com o cérebro durante sonhos lúcidos e, mais importante, quando alguém consegue controlá-los. Muitos cientistas ainda dizem que isso é impossível, enquanto outros alegam que há muita coisa que não sabemos sobre o cérebro pra chegarmos a uma conclusão sobre isso.

A ciência tem alguns registros documentados desse tipo de fenômeno. Nesse estudo, de 2000, o psicofisiologista Steve LaBerge, um dos maiores especialistas sobre o assunto no mundo, pediu a indivíduos que mexessem os olhos em um padrão pré determinado durante sonhos lúcidos e foi capaz de observar e registrar esse momentos durante o experimento - ou seja, as pessoas ficaram conscientes durante o sonho e repetiram a instrução do pesquisador. Além disso, ele descobriu que esse tipo de experiência lúcida sempre acontece no quinto estágio do sono, o REM, no qual o corpo está totalmente paralisado com exceção das pálpebras.

O pesquisador Sergio Arthuro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, publicou no ano passado um estudo inédito no Brasil sobre as diferenças no padrão cerebral para sonhos lúcidos e sonos comuns. Usando algumas das experiência de LaBerge como norte, ele e outros pesquisadores concluíram que estudar sonhos lúcidos pode ser a chave para chegar à cura de doenças como a esquizofrenia ou pesadelos recorrentes em casos de depressão grave ou estresse pós-traumático. “Existe também uma linha de pesquisa chamada imaginação motora, que sugere que se você imaginar movimentos que você quer fazer, pode melhorar seu desempenho desses movimentos na vida real. Ou seja, o estudo de sonhos lúcidos pode também beneficiar deficientes físicos ou atletas que queiram melhorar o desempenho”, revela ele.

O site Lucidity.com reúne uma bibliografia científica interessante, em inglês, sobre o tema, com foco nos estudos de LaBerge.

As mais de 3 mil pessoas do grupo Sonhos Lúcidos, no Facebook, não têm nenhuma dúvida de que ter sonhos lúcidos controlados seja perfeitamente viável pra qualquer tipo de pessoa. A maioria dos participantes do grupo já teve experiências do tipo e muitos têm sonhos controlados com frequência. O técnico de informática e programador Jean Pierre Ribeiro, de 24 anos, conta que se interessou pelo assunto depois de ter alguns episódios envolvendo paralisia do sono e alucinações assustadoras. Ele diz que resolveu o problema recorrente ao dominar a técnica dos sonhos lúcidos e conseguir guiar os próprios pesadelos. “Em uma das paralisias, comecei a imaginar o céu, e aquilo me transportou para o céu, e fiquei flutuando no céu, e via perfeitamente as nuvens, e um chuvisco bem fino caia no meu rosto. Fiquei assim por um bom tempo até a paralisia passar, e as imagens do sonho começarem a se misturar com o ambiente do quarto. Depois disso ficou fácil, os sonhos sempre me davam pistas [de que eram um sonho]”, contou.
Como ter sonhos lúcidos

Se você pensou no filme Inception, vai lembrar que, nele, Leonardo DiCaprio tinha "âncoras" que lhe permitiam saber se estava sonhando ou não. Essa é uma das técnicas usadas pelos sonhadores lúcidos - eles criam uma âncora com a realidade que pode ser verificada no sonho. A ideia é reconhecer, durante o dia, elementos exclusivos da realidade não-onírica. Por exemplo: em um sonho, se você apertar o interruptor da luz, não necessariamente a luz acende ou apaga. Na vida real, a não ser que a lâmpada esteja queimada, pressionar o interruptor vai sempre ter um efeito. E se você se acostumar, no cotidiano, a checar se a luz acende ou apagar todas as vezes que você toca o interruptor, dizem os especialistas, você vai começar a repetir os mesmos hábitos nos sonhos. Daí, diante de um resultado improvável - digamos, tudo fica colorido quando você aperta o interruptor - você saberá que está sonhando. Vale pra qualquer coisa, como se olhar no espelho e checar a imagem que aparece antes de ir pro trabalho, por exemplo. O importante é que seja um hábito e que lhe permita checar a realidade.

Outra técnica é fazer um diário de sonhos: separe um caderno e todos os dias, ao acordar, anote tudo o que se lembrar sobre seus sonhos. Mas faça isso ao acordar, pois as memórias do que a gente sonha tendem a enfraquecer ao longo do dia.

Vários especialistas recomendam técnicas diferentes. Algumas, sugerem induzir o cérebro - literalmente soprar pra si mesmo “vou ter um sonho lúcido essa noite”, outras recomendam despertar por um número específico de vezes durante a noite para aumentar as chances de controlar os sonhos. Mas nenhuma fórmula é definitiva e, de acordo com os relatos, cada coisa funciona de maneira diferente com cada pessoa.

Se interessou? O vídeo aqui embaixo tem informações bastante precisas se você quiser desenvolver algumas técnicas para sonhar de maneira lúcida:

Se seu inglês está afiado, o Snoozon oferece treinamento pago para sonhar lúcido. O criador do site, Tim Post, também tem um TED bem legal sobre o assunto:


Em português, o site sonhoslucidos.com e o WikiHow têm extenso material sobre como conseguir sonhos lúcidos.

Galileu

Arte em Revista: mestre beatnik mostra suas fotocolagens

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O americano William S. Burroughs ganhou fama mundial como um dos mais talentosos escritores egressos do movimento beatnik.
Mas uma exposição na Photographer's Gallery, de Londres, que é destaque na edição desta semana do Arte em Revista está mostrando uma faceta menos conhecida do escritor de Almoço Nu e Junky.
Burroughs registrou milhares de fotos ao longo de seus 83 anos de vida, muitas delas apresentadas em colagens ou com texto, reproduzindo técnicas experimentais que marcaram seu estilo literário.
O boletim de artes da BBC destaca ainda uma premiação voltada para artistas atuais inspirados na tradição islâmica, os preparativos para o Carnaval carioca e uma exibição de pinturas que visa aproximar Cuba e os Estados Unidos.
BBC Brasil

Quando o erro vira acerto

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por Pedro Turambar

Aqui em Minas, a gente tem uma expressão para aqueles acontecimentos inacreditáveis que acabam, de alguma forma, favorecendo um indivíduo ou um grupo:

“Nó, que feijão!”

Não sei o porquê disso ser um golpe de sorte, mas parecia perfeito na minha infância para ilustrar aquele momento em que você pula com o Mario naquela quininha e, por um pixel ou dois, você não caiu na lava.

Ou quando você dá uma topada na mesa e, por milagre, consegue segurar aquele vaso da sua mãe que 99% das vezes iria se espatifar no chão. Pode também ilustrar uma jogada na sinuca, feita por você — que não tem ideia do que tá fazendo –, mas mata três bolas em uma tacada só.

Só se isso foi criado por um mineiro tirando onda com alguém.

O “feijão” — como nós aqui chamamos — é praticamente a prova de que existe algo “superior”. Uma força, uma deusa, uma louca ou uma feiticeira que faz com que coisas absurdas aconteçam na vida real. Dizem que, no corte original de Matrix, eles explicavam que assim, como o déjà vu, o feijão também é um bug.

Várias coisas que nós usamos no dia a dia, que facilitam nossa vida, foram inventadas na sorte. Sabia disso?

Imagine só que você está lá, querendo fazer uma coisa, e dá tudo completamente errado. Murphytambém está aí aprontando das suas, afinal de contas. Mas o produto final disso é algo que ninguém no planeta havia pensado mas que de alguma forma todo mundo precisava.

Preparamos uma lista dessas coisas que só existem por um acaso do destino. Por “um feijão”.

Microondas



Em 1945 um moço chamado Percy Spencer trabalhava em uma empresa que fazia experimentos com microondas (esse tipo de “onda” foi descoberta em 1940), chamada Raytheon. Ele trabalhava, mais precisamente, em um novíssimo tubo de vácuo chamado Magnetrón que, convenhamos, é um nome maneiríssimo para uma parada do tipo.

Foi quando ele entrou no tubo que ele observou que uma barra de chocolate que ele trazia no bolso estava derretendo. É até um pouco assustador imaginar que em alguma escala o próprio Percy estava entrando dentro de um microondas gigante.

Ele então resolveu experimentar e colocou uns grãos de milho lá dentro…

O primeiro forno microondas de verdade só foi construído dois anos depois e se chamava Radarange — que é muito mais legal que “microondas” — e era enorme. Em 1950, ele foi liberado para uso doméstico, mas ainda era muito caro e muito grande. O aparelho só foi se popularizar mesmo no final da década de 60 e custava U$460,00. Esse valor nessa época era praticamente um PlayStation 4 hoje em dia, em reais.

E pensar que, aqui no Brasil a gente considera o microondas um aparelho doméstico moderno.


Raio-X



Não, o raio-x não foi inventado, obviamente. Ele foi descoberto meio que sem querer.

O físico alemão Wilhelm Conrad Rontgen estava estudando raios catódicos (basicamente, elétrons que passam por um tubo construído especificamente para gerar os tais raios) quando, entre uma experiência ou outra, um papel (dentro de uma câmara escura) começou a apresentar uma luminosidade. Intrigado, ele resolveu criar várias barreiras sobre o papel e bombardeou-o novamente com os raios.

Ele descobriu que esses eles podiam atravessar matéria. Vários experimentos depois, como quem não quer nada (mas com um feeling de que podia rolar uma parada maneira), Rontgen pediu à esposa para colocar as mãos em cima de um papel fotográfico entre eles e o dispositivo que disparava os raios (que foram chamados por ele de “x” por ser uma variável desconhecida).

Imagine a surpresa dele ao ver os ossos, e a aliança, da esposa ‘impressos’ no papel?

Penicilina


Alexander Fleming: descuidado e genial

A humanidade também deve muito ao desleixo de Alexander Fleming. Ao sair de férias, o médico — que tentava desenvolver algo contra infecções, principalmente depois da Primeira Guerra — deixou as culturas de Staphylococcus que estava trabalhando em cima da mesa, uma delas estava aberta e acabou pegando um fungo.

Esse fungo simplesmente matou todas as bactérias.

Quando voltou de férias, Fleming percebendo o erro e já estava descartando os experimentos quando resolveu observar o que tinha acontecido. Foi assim que ele descobriu que esse fungo — do gênero Penicillium — matava as bactérias que ele estava cultivando. Ele não teve dinheiro para continuar a pesquisa, mas pelo menos batizou o “produto”.

Dez anos depois, Ernst B. Chain e Howard W. Florey conseguiram continuar a pesquisa de Fleming, resultando na Penicilina final que conhecemos até hoje.

Super cola


Toda a simpatia de Harry Coover

Esse é mais um daqueles exemplos que a primeira vez que você olha para uma coisa, não percebe o seu potencial. Só observando com outra perspectiva é que vemos o brilho.

A super cola foi descoberta assim.

Em plena Segunda Guerra Mundial, o americano Harry Coover descobriu o cianoacrilato. O objetivo inicial da pesquisa em questão era criar miras de alta precisão. O problema é que tudo que eles conseguiram fazer era colar as coisas e, por causa disso, abandonaram a pesquisa.

Alguns anos mais tarde, Harry percebeu que aquele composto poderia servir para outra coisa e acabou chegando na cola mais poderosa do mundo até hoje.

Picolé


Frank Epperson e sua neta, anos depois de sua deliciosa invenção

Você está lá, com seus 11 anos de idade, na varanda da sua casa, mexendo em uma xícara uma mistura de algo como pó de guaraná e água com um pequeno pedacinho de madeira e sua mãe te chama. Você deixa a xícara para lá, entra e esquece.

Pois bem. No outro dia, você acorda e encontra aquilo congelado. Crianças, e apenas crianças, têm o poder de pegar algo assim (lembre-se que essa criança em particular vivia em um mundo onde não existia picolé) e pensar “vou puxar isso pelo palito e vou lamber pra ver o que acontece”.

Eu não consigo imaginar que maravilha que deve ter sido.

Muitos anos depois, essa criança abençoada, com nome de Frank Epperson, patenteou o “gelo num palito”, inicialmente chamado de Epsicle Ice Pop e, mais tarde, Popsicle.

O nosso picolé.

Marca-Passo


Wilson Greatbatch e o marca-passo

Wilson Greatbatch é um nome que jamais poderia faltar nessa lista. Primeiro pelo fato dele ter inventado o marca-passo moderno de forma acidental. Segundo por ele ter sido um dos grandes inventores da história.

Nos anos 50, após sair da marinha e se tornar pesquisador, Greatbatch estava trabalhando em um oscilador que tinha como principal função apenas gravar os sons do coração. Sem querer, ele tirou um resistor do negócio e o dispositivo começou a emitir um pulso ritmado.

Eureka!

Ele percebeu que aquilo poderia ser um marca-passo implantável (já existiam marca-passos no mundo, porém eles eram do tamanho de televisões e davam choques).

Ele ficou dois anos refinando a invenção. Mesmo assim, os marca-passos não duravam muito tempo, principalmente por causa da pouca duração das baterias. Sagaz como era, o inventor passou a se dedicar então a produzir baterias de lítio por meio da sua empresa, a Greatbatch Inc.

Ele ainda se dedicou à pesquisas relacionadas AIDS.

A frase célebre de Pasteur (outro inventor do acaso) cabe no caso de Wilson Greatbatch e na maioria dos inventores dessa lista:


“Nos campos da observação, o acaso favorece apenas as mentes preparadas.”

***

Essas são apenas uma das centenas de invenções resultantes de acasos do destino. Talvez anos mais tarde alguma outra pessoa acabaria descobrindo ou observando as mesmas coisas em outra situação. Mas, sendo assim — proveniente de um erro ou de pura sorte –, as invenções se tornam ainda mais incríveis.

Isso acontecer fora de um roteiro de Hollywood nos faz acreditar um pouco em mágica na vida real, o que sempre é sensacional. Além do mais, nos ensina uma bela lição: a de que errar faz parte do processo, errar faz com que o acerto seja uma experiência deliciosa.

Errar é que nos torna humanos e nos torna sensacionais pela forma como aprendemos com isso.

Você tem algum caso em que queria fazer uma coisa e acabou acontecendo outra muito melhor? Ou conhece outra invenção assim nessas condições? Conta aí nos comentários.



PEDRO TURAMBAR
Pedro tinha 25 anos e já foi publicitário. Ganha a vida fazendo layouts, sonha em poder continuar escrevendo e, quem sabe, ganhar algum dinheiro com isso. Fundou o blog O Crepúsculo e tem que aguentar as piadinhas até hoje. No Twitter, atende por @pedroturambar.




PapodeHomem



Padre pede perdão após cantar 'Cristo Poderoso'

by
padre
O padre pernambucano Hewerton Alves que em uma formatura de uma turma de direito no Recife fez uma performance com a musica ‘Cristo Poderoso’ uma paródia do “Show das Poderosas”, da cantora Anitta, pediu perdão pelo seu ato que repercutiu muito nas redes sociais.
Nesta quinta-feira (23), ele foi à sede da Arquidiocese de Olinda e Recife. Após uma conversa com o arcebispo Dom Fernando Saburido, divulgou uma nota pedindo desculpas.
Veja o vídeo :
“Creio que de fato, não fui feliz em cantá-la em um culto de formatura. Mas a intenção sempre de minha parte foi de trazer os jovens mais perto da Igreja. A intenção não foi jamais de afrontar ou escandalizar pessoa alguma”, explica o padre em nota.
Nos comentários do vídeo, há mensagens de repúdio, inclusive de pessoas que se dizem católicas e o acusam de querer se promover, mas há também outros que apoiam e veem a versão como uma forma de aproximar-se da juventude, que é a justificativa do padre para a apresentação. “Aos que ofendi peço-lhes perdão e reitero o meu propósito de seguir sempre fiel a minha Igreja e à missão que o Senhor me confiou”, diz a nota.
nota do padre
A Arquidiocese de Olinda e Recife preferiu não se manifestar sobre a conversa que aconteceu entre o arcebispo e o padre, que durou aproximadamente meia hora.
O padre Hewerton deletou sua página no Facebook, onde se descrevia como “um padre para os jovens”. “Alegre, acessível, próximo. Suas missas são animadas, com homilias claras e inovadoras”, dizia a descrição de sua página.


Mundo Conectado

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

10 equívocos históricos monumentais sobre o corpo feminino

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Se há uma coisa em todo o universo que é igualmente amado e incompreendido pelos homens, é o corpo feminino. Ao longo da história, as mulheres tiveram de lidar com diversas suposições erradas (muitas vezes ridículas) sobre seus corpos devido ao sexismo, fanatismo religioso, ou a pura e simples falta de informação. Por mais incrível que pareça, algumas dessas crenças bizarras sobre a anatomia feminina persistem até hoje.

10. Misticismo menstrual

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Enquanto na era moderna nós sabemos que a menstruação é um processo biológico normal, houve períodos na história em que ela era vista como algo quase místico, que envolvia um grande bem ou um grande mal.
Uma crença sobre a menstruação era que seu principal objetivo era manter uma mulher saudável expulsando o excedente de sangue ou sangue podre de seu corpo. Os defensores dessa crença argumentavam que o sangue era venenoso e podia contaminar os alimentos ou objetos com os quais entrou em contato. Também foi difundida a visão de que um homem nunca devia engravidar uma mulher menstruada: a prole resultante seria grotescamente deformada.
No outro extremo do espectro, Galen – um dos mais proeminentes médicos da antiguidade – espalhou a ideia de que o sangue de menstruação alimentava o feto dentro do útero e era convertido para o leite materno após o nascimento da criança. Outros acreditavam que o sangue menstrual estava imbuído de propriedades curativas. Os praticantes da medicina chinesa antiga viam a amenorréia – a falta da menstruação – como uma doença perigosa e inventaram várias “curas” para ela.

9. Clitóris usados como um pênis
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Você pode já ter ouvido falar sobre a crença hilariamente insana de Hipócrates sobre os ventres das mulheres serem errantes dentro de seus corpos, mas e a ideia de que o clitóris poderia ser usado ​​como um pênis? Isso mesmo: os antigos gregos pensavam que as mulheres com clitóris particularmente grandes poderiam usá-los como anexos de penetração para o coito. A crença era tão difundida que conseguiu chegar aos séculos XIX e XX, quando médicos americanos e europeus também a incorporaram em seu estudo de lesbianismo.
Talvez um dos defensores mais veementes da existência do “pênis feminino” foi o inquisidor italiano Ludovico Sinistrari. Como sacerdote e autor que se especializou em demonologia e pecados sexuais, ele afirmou que as mulheres que foram tomadas pela luxúria poderiam ampliar seus clitóris e se transformar em homens. Em um tempo onde o lesbianismo era um crime punível com a morte, Sinistrari fez a postulação estranha que tal crime poderia ocorrer apenas se a acusada tivesse penetrado com sucesso a outra parte com seu clitóris, um argumento que pode ter salvado algumas vidas. No entanto, Sinistrari defendeu punição extrema para as culpadas do crime.

8. Virgens restauram a juventude

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O sunamitismo – a prática de um homem mais velho dormir com uma jovem, virgem, sem qualquer contato sexual – teve o seu nome a partir da história bíblica do rei Davi. Preocupado com sua saúde na sua velhice, seus assistentes encontraram uma bela virgem chamada Abisague de Sunam, que dormia com ele na cama. Embora sem justificativa médica – só foi especulado que o ato poderia elevar os níveis de testosterona em homens de idade – o sunamitismo tem sido praticado em diferentes graus por uma variedade de diferentes culturas.
Um médico do século IV prescreveu tal tratamento para uma dor de estômago, enquanto que na Inglaterra do século XVIII, acreditava-se que o hálito de uma virgem tinha propriedades curatórias. Do outro lado do Canal da Mancha, no mesmo período, a prática virou um lucro para empresários franceses. Uma dona de casa chamada Madame Janus possuía uma casa com cinquenta virgens que eram servidas para velhos ricos, mais uma vez sem qualquer contato sexual.
Na Índia, uma variação do sunamitismo chamada Brachmarya tem estado em voga por um longo tempo, com o seu mais famoso praticante sendo ninguém menos do que Mahatma Gandhi.

7. Educação enfraquece o útero

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Em 1873, Edward Clarke, doutor e ex-professor da Faculdade de Medicina de Harvard (EUA), publicou suas razões por que as mulheres não devem ser educadas em seu livro “Sex In Education; Or, A Fair Chance For The Girls” (em tradução livre, “Sexo na Educação; Ou, Uma Oportunidade Justa Para as Meninas”).
Em seu trabalho, ele afirmou que, já que as mulheres foram predestinadas a serem propagadoras da raça humana, a educação era de importância secundária. Ele ressaltou que os seus cérebros eram inferiores aos dos homens e, portanto, não foram feitos para lidar com níveis mais elevados de educação. Ele também alertou que as mulheres que persistiam na aprendizagem corriam o risco de danificar seus órgãos reprodutivos, especialmente se estavam menstruadas.
Por um tempo, a teoria de Clarke se tornou um tema popular de debate e era frequentemente usada como uma bíblia por ativistas contra a educação das mulheres. Por fim, a hipótese desapareceu à medida que mais mulheres foram ocupando faculdades e universidades e provaram-se tão boas – ou mesmo melhores que – seus pares masculinos.

6. Ideias de Aristóteles

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Ser um dos maiores filósofos de todos os tempos, aparentemente, não impediu Aristóteles de fazer toda uma lista de erros sobre o corpo feminino. Ele acreditava que as mulheres eram homens deformados, com seus órgãos genitais dentro de seus corpos devido à falta do “calor” necessário para formar um “corpo masculino perfeito”. Ele também especulou que essa deficiência impedia as mulheres de produzirem sêmen e, portanto, elas eram receptoras passivas no processo de fazer um filho. Outras gafes incluem a declaração de Aristóteles de que as mulheres tinham menos dentes e sulcos no crânio do que os homens, e sua incapacidade de distinguir a vagina da uretra.
Aristóteles equiparou suas descobertas sobre a suposta inferioridade do corpo feminino como uma justificativa para a dominação masculina em todos os aspectos da vida. Após sua morte, em 322 aC, seus pontos de vista permaneceram populares até o século XV e contribuíram enormemente para o chauvinismo predominante da época.

5. Seios usados como armadura
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Em uma carta que escreveu ao rei francês no século XIV, o médico real Henri De Mondeville deu três razões para o posicionamento específico das mamas. Em primeiro lugar, os seios eram localizados no peito para que pudessem ser mais facilmente visualizados pelos homens. Em seguida, os seios tinham uma relação mutuamente benéfica com o coração – eles fortificavam e mantinham uns aos outros aquecidos. Finalmente, o médico alegou que os seios, especialmente os grandes, mantinham o peito quente e serviam como um peso que ajudava a manter a força abdominal da mulher.
Em 1840, o médico inglês Astley Cooper afirmou que seios grandes beneficiavam muito as mulheres das camadas mais baixas da sociedade, porque permitia a elas que “suportassem os golpes muito fortes que muitas vezes elas recebiam em seus concursos pugilísticos regados a bebida”.

4. Mito das impressões maternas

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A ideia de impressão materna é esquisita demais para não aparecer nesta lista. Impressão materna é a noção de que a imaginação de uma mãe, desencadeada por estímulos internos ou externos, pode influenciar mentalmente o crescimento e desenvolvimento do feto. As origens exatas dessa crença são difíceis de detectar, embora tenha sido alegado que Hipócrates e a maioria dos antigos gregos eram crentes. Os romanos também aderiram a este conceito e deduziram que marcas de nascença de uma criança eram o resultado de um trauma emocional e mental de sua mãe.
A bizarra teoria persistiu ao longo da história, por conta de vários casos de bebês que nasceram deformados ou pareciam animais. Em um desses extraordinários casos, que mais tarde ficou provado ser uma farsa, uma mulher chamada Mary Toft supostamente deu luz a coelhos depois que teve desejos e sonhos de comê-los. Embora o conceito tenha sido abandonado no século XX, um bom número de pessoas continuam a agarrar-se à crença ainda hoje graças a um punhado de casos aparentemente inexplicáveis.

3. Dirigir destrói os ovários

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Praticamente todo o mundo revirou os olhos quando, em setembro de 2013, um proeminente clérigo saudita anunciou que a condução de automóveis era prejudicial à saúde da mulher. Em uma tentativa de combater um protesto motorizado planejado por mulheres ativistas – na Arábia Saudita, mulheres não podem dirigir -, o xeque Saleh Al-Loheidan disse que estudos têm demonstrado que as mulheres que dirigem pode danificar seus ovários e deslocar a sua pélvis. Ele acrescentou que essas mulheres estariam arriscando ter filhos com defeitos congênitos.
Os comentários de Al-Loheidan rapidamente se tornaram polêmica em todo o mundo – a hashtag no Twitter intitulada “#WomensDrivingAffectsOvariesAndPelvises” (“#MulheresDirigindoAfetamOváriosEPelvis”, em tradução livre) fez com que suas declarações viralizassem através da internet em meio a zombaria e críticas. Até mesmo seus próprios compatriotas manifestaram descrença em seus comentários, com alguns chamando-os de “ridículos”. Mais tarde, Mohammad Baknah, um ginecologista da Arábia Saudita, desafiou as declarações de Al-Loheidan e respondeu que tais estudos não existiam.
Em defesa de Al-Loheidan, sua visão bizarra sobre as mulheres que dirigem não foi a primeira – nem será a última – a angariar tal escrutínio. Em 2010, um outro clérigo saudita causou um tumulto quando emitiu uma fatwa (espécie de regra religiosa) que dizia que as mulheres poderiam amamentar os seus motoristas para torná-los parte da família formalmente.

2. Vaginas horizontais

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Ninguém sabe exatamente quando começou o mito de que as mulheres asiáticas – especialmente chinesas, japonesas e coreanas – tinham vaginas horizontais. Um dos relatos mais antigos conhecidos deste mito foi registrado em 1816, quando o naturalista francês George Cuvier teorizou que os genitais femininos diferiam e que as vaginas de mulheres chinesas eram posicionadas na horizontal.
Durante a década de 1880, o autor JW Buel foi para São Francisco, nos Estados Unidos, onde fez uma extensa pesquisa sobre as mulheres chinesas que viviam em Chinatown e concluiu que elas eram anatomicamente normais. No entanto, o mito da vagina horizontal tornou-se predominante mais uma vez durante a Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia, graças aos soldados norte-americanos baseados no exterior, que espalhavam contos sobre seus supostos encontros com essas mulheres.
Infelizmente, as asiáticas não eram as únicas a sofrerem este equívoco grave. Os primeiros antissemitas europeus acreditavam no conto que as mulheres judias tinham vaginas horizontais e gestavam seus filhos em apenas seis meses.

1. Vítimas de estupro não podem engravidar
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A ideia de que as mulheres não podem engravidar como resultado de estupro traça as suas raízes para o já citado Galen. Ele acreditava que, como os homens, as mulheres produziam a “semente” necessária para fazer uma criança e a liberavam somente após o orgasmo. Por essa lógica, as mulheres que foram estupradas eram vistas como incapazes de produzir esta “semente” e, portanto, incapazes de engravidar.
A teoria da “semente” de Galen permaneceu firmemente enraizada em períodos posteriores. Um texto jurídico da Inglaterra medieval dizia: “Se, no entanto, a mulher tiver concebido na época alegada, isso condena, pois, sem o consentimento de uma mulher, não é possível conceber”. Em suma, o sistema legal via as vítimas de estupro que engravidavam como participantes solícitas no ato.
Por mais incrível que possa parecer, mesmo hoje em dia, em pleno século XXI, a ideia de Galen ainda tem muito de apoiadores. Em junho do ano passado, o político norte-americano Trent Franks, do Arizona, observou que “a incidência da gravidez resultante de estupro é muito baixa”, uma declaração que gerou críticas por sua insensibilidade grosseira. No ano anterior, o político do estado do Missouri e candidato ao Senado Todd Aiken recebeu pesadas críticas por sua observação de que as mulheres não podiam engravidar de “estupro legítimo”. [Listverse]

Hypescience